Mesa-redonda, dia 4 de novembro, marca o lançamento da versão em português do livro Green Ink e poderá ser acompanhada ao vivo pela internet. Os convidados para o debate são os jornalistas Liana John, Claudio Savaget e Rulian Maftun.
Três profissionais com grande experiência - Liana John, Claudio Savaget e Rulian Maftun - estarão reunidos para debater o jornalismo ambiental no lançamento da versão em português do livro Green Ink, uma introdução ao jornalismo ambiental. O evento acontece no dia 4 de novembro, em Curitiba (PR), a partir das 19h30min, e poderá ser acompanhado ao vivo em todo o Brasil por meio do site da Fundação O Boticário.O livro é de autoria do autor estadunidense Michael Frome e foi lançado originalmente em 1996. Mesmo após mais de uma década de sua publicação, os temas abordados no livro continuam atuais e têm grande importância para a comunicação jornalística em um cenário mundial de mudanças climáticas.Liana John, da Revista Terra da Gente, e Claudio Savaget, do Globo Ecologia, têm mais de 20 anos de experiência em jornalismo ambiental e falarão para cerca de 90 acadêmicos de jornalismo e de outras áreas afins. O evento será mediado pelo também jornalista Rulian Maftun, do Grupo Lúmen de Comunicação.
Para ouvir a transmissão, basta acessar http://www.fundacaoboticario.org.br/ no dia 4 de novembro, às 19h30min, e clicar no banner do livro “Green Ink”.
Novos desafios
Liana e Cláudio trabalham com jornalismo ambiental há mais de 20 anos e acompanharam de perto muitas mudanças na área. “No início, o foco eram coberturas sobre poluição, acidentes químicos, contaminação de água, notícias negativas. Hoje, temos um espectro muito maior de temas, conseguimos dar boas notícias e informações para mobilizar a sociedade em torno de soluções e não em torno de problemas”, diz Liana..
Ao longo dos anos, além da temática, aumentou o espaço destinado para as notícias de meio ambiente na mídia. “A partir da ECO-92, o jornalismo ambiental alavancou, embora, na imprensa, tenha havido um refluxo logo após o evento. Mas, foi após o anúncio do IPCC sobre as mudanças climáticas que a consciência ambiental aumentou muito. As pessoas estão muito mais ligadas a essas questões”, afirma Cláudio.
Apesar dos avanços, ainda há um caminho grande a se percorrido pelo jornalismo ambiental, como no que diz respeito à conservação da biodiversidade. “A riqueza brasileira é muito maior do que é conhecida. Ainda é um assunto com o qual os brasileiros não sabem lidar, não sabem se relacionar com fauna e flora”, ressalta Liana.
Essa visão fragmentada das questões ambientais também está presente na cobertura jornalística, segundo Frome. “O meio ambiente é mostrado como um tema isolado. Muitos jornalistas ainda têm dificuldade em conectar problemas visíveis como o aquecimento global e desastres como Katrina com a destruição de florestas, consumismo, crescimento populacional, corrupção política e ganância corporativa. Os jornalistas pensam que sua responsabilidade termina com a reportagem sobre os fatos, mas isso é apenas o começo”, afirma Frome.
Um jeito diferente de fazer jornalismo
Ao longo de sua vida, Frome tem praticado e ensinado um tipo diferente de jornalismo, um ‘advocacy journalism’, isto é, um jornalismo em prol de uma causa, no caso, a ambiental. E o propósito desse jornalismo ambiental é apresentar ao público informações precisas para embasar o processo de tomada de decisão da sociedade sobre as questões ambientais.
A atividade difere do jornalismo tradicional, pois é jogada segundo regras baseadas em uma consciência diferente daquela predominante na sociedade. Em Green Ink, Frome afirma que o jornalismo ambiental “é mais do que uma forma de fazer reportagens e escrever, mas uma forma de viver, de olhar para o mundo e para si próprio. Ele começa com um conceito de serviço social, dá voz à luta e às demandas e se expressa com honestidade, credibilidade e finalidade. Ele quase sempre envolve, de alguma forma, em algum lugar, riscos e sacrifícios”.
Por conseqüência, também há diferenças entre fazer cobertura sobre meio ambiente e fazer jornalismo ambiental. Com relação ao último, é necessário não só saber escrever, mas “aprender sobre o poder da emoção e da imagem”, “pensar no todo, com amplitude, profundidade, perspectiva e sentimento”.
Para isso, os jornalistas ambientais não devem ficar escravos do computador, mas usá-lo e não ser utilizados por ele: Frome o incita a sair a campo, caminhar por trilhas, ver animais e plantas, para entender de modo mais profundo sobre o que estão escrevendo.
Livro: Green Ink – Uma Introdução ao Jornalismo AmbientalAutor: Michael FromeEditora da Universidade Federal do Paraná
Evento de lançamento
Onde: Teatro Doutor Botica, no Shopping Estação (Curitiba-PR).
Disponível em: <http://internet.boticario.com.br/portal/site/fundacao/template.PAGE/menuitem.5e4e7c3e0f8fa6d9e4e25afce2008a0c/?javax.portlet.tpst=7c146ae444a89a519341d33658be0826&javax.portlet.prp_7c146ae444a89a519341d33658be0826_viewID=MY_PORTAL_VIEW&javax.portlet.begCacheTok=com.vignette.cachetoken&javax.portlet.endCacheTok=com.vignette.cachetoken&Action=MATERIA&AnoSelecionado=2008&CodMateria=90f3ca59d2a3d110VgnVCM1000006f04650aRCRD&Edicao=Edi%E7%E3o+101&ActionAnterior=Action=TITULO;Parametro=Edi%E7%E3o+101>. Acesso em: 2 nov. 2008.
Postado por Elizabeth Santos
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