sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Grandes empresas ignoram emissões de CO2

Roberto do Nascimento

Uma pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que 96% das empresas consultadas consideram os impactos das mudanças climáticas globais estratégicos ou relevantes para o futuro de seus negócios, mas a grande maioria (83%) nunca realizou inventário de suas emissões de gases do efeito estufa.
A consulta busca avaliar a o conhecimento pelas empresas brasileiras do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) e o mercado de carbono. O MDL, instituído pelo artigo 12 do Protocolo de Kyoto, tem por objetivo auxiliar os países desenvolvidos a alcançarem suas metas programadas de reduções de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, possibilitar que os países em desenvolvimento cresçam de maneira limpa, conciliando benefícios ambientais, econômicos e sociais.
Foram consultadas pela segunda vez empresas e entidades representativas permitindo uma base de dados para comparar a percepção do setor privado sobre o tema. Das 136 empresas e instituições pesquisadas, 59% têm faturamento anual superior a R$ 200 milhões e são dos setores de energia, agronegócio e papel e celulose.
Para o gerente de sustentabilidade da PricewaterhouseCoopers, Ernesto Cavasin, as empresas estão atentas às mudanças globais: "Mas ainda há muito caminho para percorremos, no Brasil ainda um número pequeno de empresas conhece suas emissões e sem um inventário apropriado as estratégias corporativas de apoio no combate ao aquecimento global podem perder sua eficácia".
Cavasin resumiu os principais pontos da pesquisa, que tem 45 páginas:
- 96% das empresas consultadas consideram os impactos das mudanças climáticas globais estratégicos ou relevantes para o futuro de seus negócios;
- os principais fatores que limitam a realização de projetos de MDL continuam sendo seus elevados custos, a falta de conhecimento técnico e a falta de divulgação de informações sobre oportunidades de projeto de MDL;
- 83% nunca realizaram inventário de suas emissões de gases do efeito estufa.
As empresas que realizam inventário de emissões de gases-estufa foram consultadas sobre as metodologias, os processos utilizados, a transparência, a prestação de contas de seus inventários e os compromissos assumidos.
O conhecimento sobre as atividades das concorrentes internacionais relativas ao mercado de carbono também cresceu de 48%, em 2006, para 64% das empresas consultadas no início de 2008.
Das instituições consultadas, 43% nunca realizaram nenhuma forma de divulgação sobre o mercado de crédito de carbono e/ou sobre o MDL. Entre as que já realizaram, a maior parte foi realizada por meio de eventos, como seminários e workshops.
DiárioNet

Postado por Elizabeth Santos


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Depois do carnaval, mãos à obra

Depois do carnaval, mãos à obra
Fabio Feldmann
De São Paulo

Enfim, o ano no Brasil começa agora.
Certamente a crise será a sua marca principal. Demissões em grandes empresas se iniciaram, a exemplo da Embraer, sendo difícil saber até que ponto será possível reverter a perda de postos de trabalho pela desaceleração da produção industrial.
Dois mil e nove, por outro lado, pode ser um ano especial pelo fato de que não teremos eleição, ainda que o governo Lula esteja em campanha a favor da Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, até aqui a mais provável candidata do PT. Do outro lado, tudo leva a crer que José Serra será o candidato do PSDB.
Em todo o mundo os candidatos se tornam muito semelhantes em suas propostas macroeconômicas, em que pese a fissura nos principais pilares da economia mundial, principalmente a crença de que o mercado seria capaz de resolver os problemas da sociedade.
A crise mundial demonstrou a fragilidade das instituições públicas diante da conduta irresponsável de muitos agentes econômicos financeiros, de modo que o lado bom da crise está exatamente no redesenho de políticas públicas e de instituições nas várias esferas de governo, isto é, global, nacional e subnacional.
Talvez o que mais impressione em tudo isso seja a falta de responsabilidade de figuras públicas e executivos de grandes grupos corporativos, que não encontraram limites em sua ação predatória e que levaram milhões de famílias no mundo inteiro a conviver com o desemprego e outros males irreparáveis a curto e médio prazo.
Enfim, o mínimo que se pode esperar é que a crise seja capaz de gerar uma nova era de responsabilidades.
Voltando ao ano de 2009, acredito que este seja um ano especial no que tange ao aquecimento global em razão da reunião da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas a se realizar em Copenhague no fim do ano. O objetivo é se estabelecer novas obrigações por parte dos países no que tange à emissão de gases efeito estufa, permitindo que se possa inverter a curva de emissões até o ano 2020, assegurando-se, desse modo, que os danos sejam administráveis.
Explico: ainda que parássemos de lançar tais gases na atmosfera, o que já fizemos nas últimas décadas não é possível de reversão. Reside aí um aspecto fundamental de toda a discussão sobre o impacto da humanidade sobre o planeta: normalmente os danos são irreversíveis, de modo que todo esforço deve ser feito para se evitar os mesmos.
Dois mil e nove, portanto, é um ano especial pois a nossa capacidade de gerar um regime internacional que trate do futuro do planeta está sendo escrito.
Postado por Elizabeth Santos

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Iceberg maior que Havaí se desprende da Antártida

Damiá Gomes/CSIC/EFE

Um bloco de gelo de 14 mil km², maior que a ilha do Havaí, se desprendeu da Plataforma de Gelo Wilkins, na península antártica, como "consequência do aquecimento global", informou nesta terça-feira o Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), na Espanha. Os icebergs gigantes nos quais este bloco de gelo se fragmentou começam a se espalhar pelo Oceano Austral.
Uma equipe de pesquisadores do CSIC analisa desde o último domingo, a bordo de uma embarcação de pesquisa oceanográfica, o impacto do fenômeno sobre o ecossistema do Mar de Bellingshausen. A equipe científica também presenciou como a frente de gelo do Mar de Bellingshausen retrocedia 550 km em duas semanas.
Os cientistas disseram que as temperaturas de água são extraordinariamente quentes nesta região. Segundo os pesquisadores, o desprendimento e a fragmentação do enorme bloco de gelo produzirá o conseqüente aumento do nível do mar.
Nos últimos 50 anos a península antártica experimentou o maior aumento de temperatura registrado no planeta: 0,5 grau centígrado por década.

Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3580599-EI299,00.html>. Acesso em: 17 fev. 2009.

Postado por Elizabeth Santos.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

15/02/2009 - 15h18
Gravidade do aquecimento global foi subestimada, diz cientista
da BBC

O aquecimento global no decorrer deste século será mais grave do que se acreditava até agora, segundo Chris Field, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês).
O especialista afirmou ainda que as temperaturas futuras "vão passar de qualquer valor que tenha sido previsto".
Field fez o alerta no sábado, durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Chicago.
Ele foi um dos autores do relatório divulgado pelo IPCC em 2007, que estimava que as temperaturas iriam subir entre 1,1º C e 6,4º C até o fim deste século.

Leia na íntegra aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u504315.shtml

Postado por Elizabeth Santos