A consulta busca avaliar a o conhecimento pelas empresas brasileiras do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) e o mercado de carbono. O MDL, instituído pelo artigo 12 do Protocolo de Kyoto, tem por objetivo auxiliar os países desenvolvidos a alcançarem suas metas programadas de reduções de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, possibilitar que os países em desenvolvimento cresçam de maneira limpa, conciliando benefícios ambientais, econômicos e sociais.
Foram consultadas pela segunda vez empresas e entidades representativas permitindo uma base de dados para comparar a percepção do setor privado sobre o tema. Das 136 empresas e instituições pesquisadas, 59% têm faturamento anual superior a R$ 200 milhões e são dos setores de energia, agronegócio e papel e celulose.
Para o gerente de sustentabilidade da PricewaterhouseCoopers, Ernesto Cavasin, as empresas estão atentas às mudanças globais: "Mas ainda há muito caminho para percorremos, no Brasil ainda um número pequeno de empresas conhece suas emissões e sem um inventário apropriado as estratégias corporativas de apoio no combate ao aquecimento global podem perder sua eficácia".
Cavasin resumiu os principais pontos da pesquisa, que tem 45 páginas:
- 96% das empresas consultadas consideram os impactos das mudanças climáticas globais estratégicos ou relevantes para o futuro de seus negócios;
- os principais fatores que limitam a realização de projetos de MDL continuam sendo seus elevados custos, a falta de conhecimento técnico e a falta de divulgação de informações sobre oportunidades de projeto de MDL;
- 83% nunca realizaram inventário de suas emissões de gases do efeito estufa.
As empresas que realizam inventário de emissões de gases-estufa foram consultadas sobre as metodologias, os processos utilizados, a transparência, a prestação de contas de seus inventários e os compromissos assumidos.
O conhecimento sobre as atividades das concorrentes internacionais relativas ao mercado de carbono também cresceu de 48%, em 2006, para 64% das empresas consultadas no início de 2008.
Das instituições consultadas, 43% nunca realizaram nenhuma forma de divulgação sobre o mercado de crédito de carbono e/ou sobre o MDL. Entre as que já realizaram, a maior parte foi realizada por meio de eventos, como seminários e workshops.
Postado por Elizabeth Santos